(http://www.exorbeo.com/wp-content/uploads/2014/05/history-channel-estreia-a-serie-varzea-fc.jpg, acesso em 23/06/2014) |
Por Jorge Luiz Souto Maior
E eis que os primeiros jogos da Copa encantaram a todos. Belas jogadas, lindos gols e partidas emocionantes...
E, com isso, logo alguns se pronunciaram, afirmando que foi uma grande bobagem as manifestações contra a Copa, mesmo no que se refere à forma como esta foi preparada. Outros, ainda, passaram a se vangloriar de terem proporcionado a realização do evento, atraindo para si inclusive o sucesso do espetáculo até aqui produzido nos jogos.
O que se esquece, ou não se quer lembrar, é que o futebol produz esses efeitos sob quaisquer condições e em qualquer terreno. A própria história da popularização do futebol é marcada pelas possibilidades múltiplas desse jogo, que foge de qualquer controle e da maior parte das previsões.
Para haver futebol basta uma bola, que tantas vezes já foi uma latinha ou algumas meias acopladas. O campo, bem, o campo, dele não se exige muito... A várzea, afinal, foi o palco da difusão do futebol entre nós, destacando-se que foi a precariedade dos campos que nos proporcionou esse contato mais íntimo com bola.
Havendo um campo, bons jogadores e torcida, que carreguem consigo histórias de rivalidades, o futebol estará naturalmente apto a produzir os efeitos verificados nos primeiros jogos da Copa, como tem feito, aliás, por décadas, em inúmeros campeonatos por todo o mundo.
Isso não é mérito da FIFA ou de quem quer que seja: é do esporte em si e, claro, dos jogadores, com participação decisiva da torcida.
Verdade que bons estádios, boas transmissões de TV e de rádio e boa organização para as partidas tornam o espetáculo bem mais agradável, mas não necessariamente mais emocionante. As condições externas, mesmo importantes, não são o que determina a qualidade do jogo.
Em suma, a ninguém é dado atrair para si a titularidade de uma partida de futebol e muito menos querer justificar atos e omissões em nome da emoção do futebol, esporte que transcende à FIFA, aos governantes e aos dirigentes.
O futebol carrega na essência a realeza de ser o esporte bretão. Não pertence a ninguém e só se dará verdadeiramente àqueles que lhe souberem amar!
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