Era uma vez na Copa...: Estado de exceção contra a Costa Rica: e a gente com isso!?

sábado, 21 de junho de 2014

Estado de exceção contra a Costa Rica: e a gente com isso!?



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(http://esportes.terra.com.br/costa-rica/jogadores-da-costa-rica-vencem-e-emocionam-na-comemoracao,8c95cb3639ab6410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html, acesso em 21/06/2014)

 Por Jorge Luiz Souto Maior

Vale insistir nos perigos do Estado de Exceção, pois uma vez aberta a porta do desrespeito à previsibilidade normativa não se tem mais parâmetros ou limites para criar regras particulares ou para negar, seletivamente, a sua vigência.
A FIFA, habituada às benesses das concessões neste sentido, oferecidas por diversos Estados, afoitos em obter os benefícios econômicos de participar da Copa do Mundo ou até de sediar o evento, já não se sente sequer constrangida em desrespeitar as suas próprias normas.
Pois não é que de forma totalmente inédita, contrariando todo o costume dos jogos de futebol, a FIFA, em vez de 02 (dois), convocou 07 (sete) jogadores da seleção da Costa Rica para o teste antidoping após a vitória sobre a Itália.
Por intermédio de sua conta oficial no Twitter, a FIFA tentou justificar sua conduta com o argumento de que cinco dos jogadores selecionados da Costa Rica ainda não tinham sido submetidos a testes que se realizaram antes da Copa. Mas, nunca agiu assim... E, ademais, agirá da mesma forma com relação a todos os outros jogadores que não foram submetidos aos tais testes?
A justificativa, portanto, é esfarrapada e só foi apresentada para não assumir o que de fato foi: um ato de autoritarismo.
Mas o problema maior nem é esse. O problema é saber se aqueles que se submeteram ao estado de exceção terão possibilidade de compreender o ocorrido e força para rejeitá-lo.
Como venho advertindo, o risco de se acomodar diante do desrespeito às regras do jogo, é o de perder a legitimidade para se opor aos atos autoritários. Veja-se, por exemplo, que todas as seleções, comprometidas com as formas de exceção exigidas pela FIFA, não se sentiram aptas, mesmo a Costa Rica, a se insurgir contra a situação.
Quem está de fora até consegue se indignar com relação ao ocorrido, como se deu com ex-jogador Diego Maradona: "Isso acontece porque dói a muitos que a Costa Rica passe e que não passem os campeões do mundo, porque se não os patrocinadores não pagam o dinheiro que lhes prometeram"[1].
A grande questão é: será que já não estamos por demais envolvidos para conseguir perceber todas as formas de autoritarismo que nos cercam?

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